Uma simples resposta aos que falam e sempre mal da África
Atualizado: 22 de set. de 2021
Deixemos a África descobrir o seu próprio modelo de governação. Deixemos o número de mandatos políticos e eleitorais para os países que assim o desejarem.

Sei e muito bem dos nossos pecados, das coisas ruins que desestabilizam o nosso bem sócio-económico, político, cultural, intelectual, entre outros. Sei e muito bem das nossas fraquezas e do colonialismo/neo-colonialismo estrutural que estão gravados nas nossas mentes e nos nossos genes existenciais. Deixemos tudo isso que nos pesa e nos NINGUNEA e, por um momento, falemos de coisas do Ocidente que são autêntica aberração. Coisas que o Ocidente impõe aos nossos países, e em casos de incumprimento, a morte é a fatura da desobediência, casos de Sankara, Samora Machel, Kadaffi, Lumumba, entre outros. Falemos de coisas que o Ocidente gravou em nós por mais de 500 anos. E nessa nossa viagem pensamental, façamos simples perguntas academico-intelectuais, tais como: quem inventou as guerras inter-continentais? Quem começou com os golpes de estado, com a corrupção, com a violação de constituições, com o crime organizado e terrorismo, com as fraudes de todos os tipos, com as mortes aos opositores do regime, com as penas de morte, com a mentira, adulação? Quem inventou Deus que oprime, sufoca os seus próprios crentes; Deus materialista que gosta do dízimo? Quem inventou Satanás, Diabo, inferno? Uma sub-pergunta: será que Deus é assim tão mau para inventar inferno para seus próprios filhos? Não será essa a obra do Ocidente para meter medo aos outros, enquanto o mesmo se beneficia da nossa incapacidade de sermos a essência de nós mesmos?! Idolatramos em demasia a Europa, o Ocidente. Temos as nossas razões. Há factos que justificam isso.
Mas Repensemos e trespensemos: quem inventou o tráfego de seres humanos? Quem inventou a bomba atómica e as outras armas de destruição maciça? Quem controla empresas de MERCENÁRIOS no mundo? Deixemos de falar de África e de seus problemas por um momento. E falemos dos mentores, provocadores, patrocinadores, catalisadores de muitos dos nossos problemas. Falemos, por exemplo, do rei belga Leopoldo II que mandou fazer amputações, estupros, assassinatos em Congo. Falemos dos investimentos que entram em África. A AGRICULTURA não é prioridade. Porque?! Nós, ditos intelectuais, somos mesmo intelectuais ou reprodutores do pensamento ocidental?! Falemos de coisas sérias que afectam a nossa estrutura existencial. Pensemos na monarquia europeia: Andorra, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Luxemburgo, Mónaco, Noruega, Países Baixos, Reino Unido, Suécia. Reis que a Europa conserva como sua tradição milenar. Quem os elege? Pensemos na Líder alemã, Ângela Merkel. Há quantos anos está no poder? Pensemos na idade etária do presidente dos EUA, Donald Trump. Se fosse africano, o que diríamos!? Quantos partidos políticos tem Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Espanha? Quantos mesmo????? E quem patrocina a proliferação de partidos políticos em África? Como é que milionários tornaram-se milionários no Ocidente? Quem fábrica as moedas africanas? E em troca, o que ganham os fabricadores? Quem põe valor ao Metical, Rand, Pula, Kwacha, kwanza, Franco CFA, Birr? Com base em quê?! E a propósito, quem e onde é que se fabrica o Metical, a nossa moeda? Falemos da cultura, no seu sentido lato. Na Europa, uma curandeira tem outras designações: vidente, cartomante, médium... E a nossa curandeira africana é vista como bruxa, feiticeira. E nós aceitamos essas atribuições. A África rural conserva a sua cultura poligâmica. Mas o Ocidente, para evitar a palavra poligamia, fala de POLIAMOR. Na poligamia africana como no poliamor, os relacionamentos afetivo-sexuais são estáveis baseados na multiplicidade de parceiros e fidelidade entre eles, com estabelecimento de laços bem sólidos. Mas a coisa triste é: a europa, aliás, o Ocidente impõe o homossexualismo aos outros, mas não adopta abertamente a poligamia africana ou islâmica.