Nascimento de um amor (sempre há dois objectos para que a faísca dê em fogo)
Atualizado: 9 de jul. de 2021
Eu sou dos que pensavam
que o amor começava
com um olhar provocante e saboroso
com um encoste electrizante
com uma voz melíflua adentrando nos tímpanos da
desejada-ambicionada-cobiçada-apetecida-pretendida
com um vocábulo lírico
com um odor picante despertando células passionais
com uma esperança sugerida entre as palavras e gestos
com uma vontade de querer ser o verso de um poema
ou fundir-se no Eu do objecto alvo
com um sonho fertilizado por toneladas de desejos
e o Hoje me diz
que o AMOR simplesmente começa quando começa
Na verdade
ele principia com um botão passional
(sempre em função d`ocasião)
produzindo sensações que se acomodam na imaginação
E depois
se acendem todas as lâmpadas intrínsecas sentimentais
Ou por outra
o Amor simplesmente começa como uma corrente eléctrica
que se transforma em corrente passional
e passa a alumiar o sentido da vida.
Mas como começa mesmo o amor?
Se se o compara com a tosse
ele explode quando menos se espera
não se importando com Quem Quando Onde
É que a tosse não respeita as circunstâncias sociais e éticas
O amor
Mais do que nunca
começa quando o Céu e a Terra
entram em conluio sentimental
e o Sol gira à volta de um Desejo passional.
Stefan Florana Dick